O esporte adaptado caracteriza-se como uma grande oportunidade para que o indivíduo
com necessidades especiais possa desenvolver uma atividade física, deixando de
lado o sedentarismo e o isolamento social.
Um
aspecto importante a ser abordado, é que além das limitações impostas pela
deficiência, o indivíduo com necessidades especiais pode sofrer ainda, com outros
problemas decorrentes da falta de estruturas físicas dos centros urbanos não
adaptados para as condições individuais básicas de mobilidade necessárias para
vida cotidiana, onde muitas vezes dificultam ou impedem a realização da prática
de exercícios físicos. Em conseqüência disto o sedentarismo, por exemplo, pode
ser o causador de uma grande quantidade de complicações e problemas de saúde
como obesidade, diabetes e hipertensão arterial.
Breve Histórico do Esporte Adaptado
Segundo Reis (apud ARAÚJO, 1998), o advento do esporte adaptado se deu logo após a I Guerra
Mundial, devido à necessidade de reinserção na sociedade de pessoas
deficientes, em sua grande maioria, vítimas da guerra. Em 1944, o Sir Ludwig
Guttamann, neurologista e neurocirurgião alemão acreditava que o esporte
possuía a fórmula para motivar e diminuir o tédio da vida desocupada de um
deficiente físico, mas acabou descobrindo muito mais. Fez com que o mundo se
organizasse, mostrando que todas as pessoas com algum tipo de deficiência
poderiam praticar atividades físicas e esportivas (ROSADAS, 1989). A intenção
do médico era a de introduzir a atividade esportiva como incentivo à
reabilitação dos deficientes. Os resultados foram positivos
e a atividade física adaptada logo evoluiu para um nível de
competição. Assim, em 1948 foram realizados os primeiros jogos para
deficientes, evento paralelo às olimpíadas que eram realizadas em Londres.
Em 1952 foi criado o Comitê Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville, vindo posteriormente a se tornar a Federação Internacional de Esportes em Cadeira de Rodas de Stoke Mandeville (ISMWSF). Atualmente, esta entidade é a responsável pela organização e realização de eventos mundiais direcionados aos atletas cadeirantes. No ano de 1960, foram realizadas as primeiras paraolimpíadas, com a participação de 23 países e 400 atletas portadores de deficiência. (BRAZUNA e CASTRO, 2002). Em 1989, foi fundado o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) na Alemanha. Atualmente o IPC é a única entidade internacional responsável pela organização e realização de eventos esportivos que envolvam mais de uma deficiência.
Em estudo de Levandoski & Cardoso (2007) com atletas de basquetebol em cadeira de rodas da cidade de Florianópolis, os autores relatam de que neste grupo os atletas em sua maioria são portadores de poliomielite, e que estes atletas, quando comparados aos lesionados medulares e amputados, apresentam mais dificuldade na busca de atividades esportivas, para inclusão social, amenização de problemas de saúde ou manutenção física. Ainda, consideraram que esta resposta pode ser explicada, pelo fato de que os lesionados medulares e amputados já praticavam atividades física antes do acometimento do trauma, e ainda teriam maior facilidade no acesso de informação e ao retorno de prática dos exercícios físicos devido ao maior nível escolar. Segundo Ravache (2006, p. 59): “a escolha de uma modalidade esportiva pode depender em grande parte das oportunidades que são oferecidas aos portadores de deficiência física, da sua condição sócioeconômica, das suas limitações e potencialidades, da suas preferências esportivas, facilidade nos meios de locomoção e transporte, de materiais e locais adequados, do estímulo e respaldo familiar, de profissionais preparados para atendê-los, dentre outros fatores.” Assim, nota-se um conjunto de fatores dos quais depende a inclusão do deficiente no universo esportivo. São necessários então, diversos esforços do poder público e da iniciativa privada para que haja a possibilidade de inclusão e desenvolvimento do deficiente físico no universo esportivo. De acordo com Araújo (1998), em países de primeiro mundo, os atletas deficientes conseguem reconhecimento internacional no esporte adaptado em um curto espaço de tempo. Percebemos que as técnicas utilizadas, as rotinas de treinamento e a infra-estrutura, fazem com que os atletas consigam atingir altos níveis de rendimento. No Brasil a história é um pouco diferente. Atualmente, vemos iniciar um trabalho com apoio do governo federal através de suas políticas públicas, como o projeto “Paraolímpicos do Futuro”. Na última edição dos jogos Para- Panamericanos no Rio de Janeiro no ano de 2007, pôde-se observar que através dos resultados obtidos pelos atletas brasileiros, fortalecendo e apoiando na divulgação de mais oportunidades para incentivar o esporte para pessoas portadoras de necessidades especiais, desde os primeiros anos escolares.
O Esporte Adaptado no Brasil
No Brasil, o esporte para pessoas com
deficiência teve seu início com o atleta Sérgio Seraphin del Grande, portador
de paraplegia. Este atleta, após uma experiência vivida nos Estados Unidos,
onde fora realizar um tratamento de reabilitação. Em 1958 foi o
responsável pela fundação da primeira instituição do gênero no Brasil, o Clube
dos Paraplégicos de São Paulo (CPSP).Conforme Severino Neto (2006), Sérgio
Seraphim Del Grande pode ser considerado, como um dos maiores nomes do esporte paraolímpico brasileiro. Outro exemplo a ser citado é
o do atleta Robson Sampaio de Almeida, que no mesmo ano de 1958, fundou o
“Clube do Otimismo” também voltado para a prática do basquetebol sobre rodas.
Em 1959, o CPSP e o Clube do Otimismo realizaram o Primeiro jogo de basquetebol
em cadeira de rodas entre equipes brasileiras. A partir de então, o foi
crescendo no país, porém lentamente e em locais isolados, direcionado aos
grandes centros, fato que se observa até hoje em dia.. Segundo Severino Neto
(2006), a Lei AGNELO/PIVA, como é conhecida a lei n.º 10.264/01, representa o
grande diferencial da história paraolímpica brasileira. Ela tem assegurado a condição fundamental de trabalho,
permitindo a formulação e o desenvolvimento de um planejamento
estratégico que está contribuindo, de forma incontestável, para sua
consolidação e expansão em todo o país. Ainda assim, observando-se a evolução do
desporto adaptado no Brasil pode se inferir que o crescimento quantitativo é
limitado.
Poucos
são os investimentos realizados no intuito de incentivar o esporte adaptado,
podendo-se perceber poucas iniciativas, principalmente do setor privado para a
atividade.
O Esporte Adaptado como fator de
Inclusão e Qualidade de Vida
Em estudos realizados por Wheeler, Steadward, Legg,
Hutzler, Campbell e Johnson em 1999, em relação à iniciação ao esporte adaptado, buscaram descobrir quais os
aspectos de incentivo eram mais importantes para o ingresso nos esportes para
portadores de deficiências, utilizando-se de quatro categorias, sendo:
reabilitação, oportunidade social, recrutamento e continuidade no esporte(BRAZUNA
& CASTRO, 2006). Segundo Levandoski & Cardoso (2007), praticar uma
atividade física com o objetivo inclusão social, além de amenizar alguns dos
problemas de saúde, são estratégias que proporcionam ao indivíduo, uma
tentativa de superação das barreiras ocorridas pelos acidentes físicos.
De acordo com a literatura, os estudos apontam dados
relatando os aspectos da reabilitação e a oportunidade de inclusão social,
ilustrando vários exemplos de pessoas que, através de grandes esforços, através
do esporte, conseguem superar a deficiência e o preconceito. Entretanto, são
necessários incentivos para que esses indivíduos iniciem alguma atividade
esportiva, como meio de inclusão e qualidade de vida, nesse caso, o esporte,
sem dúvida, é uma grande saída (SENATORE, 2007).
ATIVIDADE - 2º ANO 03/06/2013
Responda as questões abaixo:
1) Qual a relação entre o esporte adaptado e a melhoria da qualidade de vida das pessoas portadoras de necessidades especiais.
2) Como surgiu o esporte adaptado?
3) O que é o IPC?
4) O que é a lei AGNELO PIVA?
5) Quais os benefícios do esporte adaptado como fator de inclusão e melhoria da qualidade de vida.
silvia esteve aqui
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa!
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